Para tocar muito pizzicato, como eu não estou acostumada, meus dedos bolhudos precisam de duas ou três camadas de pele renovada.
A primeira descascada é de susto; a segunda é de revolta; a terceira é aquela que dá liberdade aos meus dedos e abre as asas sobre a música.
Isso varia de contrabaixista para contrabaixista.
Mas se você tiver bolhas e puder diminuir o contato dos dedos feridos com as cordas por alguns dias, depois da segunda descamada a pele ficará mais seca e grossa e logo uma calosidade aparecerá nos locais de maior atrito com as cordas.
Aí, é só voltar ao seu ritmo normal de estudo e cuidar dos seus agora calos com amor e carinho, longe dos dentes, dos alicates de unha e dos longos períodos de férias contrabaixísticas, senão eles somem.
Cuidaditos com as bolhas:
1) Não fure e não morda a pobrezinha;
2) Mantenha o local sempre limpo e seco, principalmente se você ainda insistir em tocar contrabaixo. Pele úmida e bolhas são irmãs siamesas;
3) Coloque o dedo bolhudo por cinco minutos na água morna bem salgada, cinco vezes ao dia e seque bem o local depois;
4) Se o dedo inflamar, mantenha a água com sal, e passe uma pomada antiinflamatória no fofinho;
5) Se possível, não cubra os dedos bolhudinhos, porque elas secam mais rápido ao ar livre. Bolhas têm falta de ar;
6) Depois que a pele de baixo da bolha estiver cicatrizada, você poderá tirar a pele que sobrou da bolha cuidadosamente com um alicate de unha, sem puxá-la. Força de vontade é tudo nessa hora.
Da mesma forma que tem gente que tem dificuldade para aprender o contrabaixo e outras não, que tem gente com uma dificuldade enorme para solucionar um problema técnico-musical e outras não, existe quem tenha episódios bolhudos e sortudos que não.
Tenho um colega contrabaixista, que toca profissionalmente em orquestra, que nunca teve bolhas ou calos na vida contrabaixística.
De um modo geral, bolhas são episódios eventuais, que podem ocorrer ou não.
Elas são mais freqüentes no início do estudo do instrumento, mas podem aparecer após umas férias ou após mudanças na técnica, quando uma região dos dedos que antes era pouco ou nunca usada, passa a ser mais solicitada.
Na hora de começar ou recomeçar o estudo do contrabaixo, todo o cuidado é pouco.
Pode ser que os seus dedos aguentem mais tempo no instrumento depois das férias, antes de recomeçar o processo rebolhudo.
Não importa se você está começando ou recomeçando o estudo. Os recadinhos do corpo continuam valendo: incomodou, parou!…

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