Postagens de agosto, 2013



Meu querido contrabaixista e ex-aluno,

Fiquei triste com a notícia da sua crise contrabaixística, e espero que ela seja breve…

Infelizmente, quando as nossas expectativas e exigências internas com o contrabaixo são bem maiores que a capacidade de enxergar pequenos e gradativos resultados, é difícil acompanhar resultados satisfatórios e isso vai, pouco a pouco, frustrando todos os planos, sonhos e objetivos que temos com ele…

A insatisfação e a busca pela perfeição – mesmo que inatingível – são o motivo que nos faz estudar e, assim como a diferença entre o remédio e o veneno, o que torna a insatisfação e a busca pela perfeição produtivas é a dosagem.
Logicamente, não existe uma dose ideal, mas a proporção delas tem que ser sempre igual ou menor que a nossa autoestima, e menor ou igual à confiança de que conseguiremos gostar do que fazemos, mesmo que isso seja somente uma passagem para outros resultados.

Muitos contrabaixistas desistem do contrabaixo antes mesmo de se dedicar o suficiente para o alcançar o resultado que esperavam, o que não é o seu caso.
Você estudou muito, mas se esqueceu de ficar feliz com os pequenos resultados conquistados…
Você se deixou sufocar pelas suas próprias cobranças.

As cobranças fazem parte da vida adulta e são inerentes a todas as profissões; elas não são exclusividade para músicos.

Como já escrevi, na dose da cobrança está a diferença entre o veneno e o remédio.

Quando a cobrança é remédio, estudar muito e dar o melhor de nós mesmos para o contrabaixo são esforços que nos fazem sorrir.
Quando a cobrança é veneno, estudar e dar o melhor de nós mesmos para o contrabaixo são esforços incompletos. Dores e tensões pelo corpo, falta de energia e uma insatisfação constante fazem parte do processo.
Quem mandou tomar veneno, não é mesmo?

Ao tomar o veneno das cobranças exageradas, os resultados esperados são: implicar com o próprio som, depois com o arco, depois com você, até que você passa a implicar com o contrabaixo, com o professor, até chegar à Música.
Com isso, você se esquece de você mesmo, de se valorizar e de constatar que todas as suas conquistas e méritos tiveram a parceria do contrabaixo, que todas as mudanças na sua vida foram pelo contrabaixo…

Penso que, nessas horas – como em muitas outras -, uma conversa franca com o seu professor e/ou um bom bate-papo com colegas músicos mais experientes podem te dar um direcionamento útil e força para seguir em frente com o contrabaixo.
Professor de instrumento bom é também aquele que desiste de você somente bem depois de você ter desistido de si mesmo com o instrumento, sabe?

Música precisa de tempo e de direcionamento, e não é desmerecimento nenhum se achar incapaz de continuar e querer desistir.

Obviamente, todo mundo passa por crises na vida e elas fazem parte do amadurecimento de cada um.
O importante nessas horas é pensar no problema como uma crise a ser resolvida – como muitas outras crises que você já deve ter tido na vida ou mesmo como a primeira de muitas outras que ainda virão -, e deixá-la produtiva.

Que a crise seja produtiva enquanto dure!
Que tal assistir aulas de outros instrumentos? Que tal assistir mais vídeos de contrabaixistas e de outros instrumentos?
Certamente, você perceberá coisas que as suas extensas horas de estudo nunca deixaram perceber…
Há descobertas que fazemos com o contrabaixo e outras que importamos para ele mas, para isso, é preciso sentir a vida de outra maneira, e as crises são um ótimo momento para abrir esses horizontes, desde que não as aproveitemos somente para contemplar o próprio umbigo e só chegarmos à conclusão de que o melhor seria não tê-lo…

As crises podem ser sinal de mudança, não necessariamente de desistência…
Talvez não seja hora de você desistir do contrabaixo, mas sim de repensar a vida e mudar a dosagem das cobranças que você tem com você, em relação a ele.

Lutar é mudar o que não funciona, para ver se passa a funcionar.
Não sei se você lutou contra os problemas que hoje estão fazendo você querer desistir de tocar.

E nessas horas, lutar não é estudar a semana inteira exaustivamente, para se aborrecer com contrabaixo, só porque você não consegue enxergar melhorias em você. Isso não adianta nada.

Há muitos anos, ao assistir um recital do grande contrabaixista inglês Thomas Martin, fiquei apaixonada pela mão direita dele. Ao elogiá-la, ele me disse que um dia, ao implicar com ela, resolveu recomeçar e mudar tudo.
Ele não desistiu do modelo de arco que tocava e nem desistiu de ser contrabaixista por causa da mão direita dele. Ele lutou, mudando o que não estava funcionando para ele.

Por que não aproveitar para repensar as suas cobranças e recomeçar pela origem dos problemas como, por exemplo, relaxar mais ao tocar?

Dê a você e ao contrabaixo a oportunidade de respirarem juntos novos ares, para depois reavaliar se essas mudanças estarão valendo mesmo a pena…

Pare de tomar veneno e reaja, antes que seja tarde demais!

Beijocas contrabaixísticas da Voila

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Notícia retirada do site https://www.pindamonhangaba.sp.gov.br

Projeto Guri segue com inscrições para cursos gratuitos de música
09/08/2013 – 14h59

“Os pólos do Projeto Guri em Pindamonhangaba estão com inscrições abertas para cursos de música para crianças e jovens. As inscrições podem ser feitas até o dia 30 de agosto, diretamente nos pólos, que ficam no Araretama, em Moreira César e no centro da cidade.

Os cursos são gratuitos e se destinam a crianças e adolescentes com idades entre 8 e 18 anos. Para participar, não é preciso ter conhecimento prévio de música nem realizar testes seletivos. Basta estar matriculado em qualquer instituição de ensino da rede pública ou particular. As aulas acontecem no contra turno escolar.
Os interessados poderão se inscrever em cursos de canto, violão, violino, viola, violoncelo, contrabaixo, flauta transversal, clarinete, saxofone, trompete, trompa, trombone, tuba, eufônio e percussão.

Basta ir diretamente ao polo em que desejam estudar, acompanhados por pais ou responsáveis, levando RG (ou certidão de nascimento), duas fotos 3×4, comprovante de matrícula escolar e endereço, e RG ou CPF do responsável.
Os cursos estão divididos em duas categorias. A primeira, de iniciação musical é destinada a crianças com até 9 anos, com duração de dois anos e duas aulas semanais. Conhecer, tocar e construir instrumentos, cantar canções brasileiras e de outros países, ampliar a percepção auditiva e desenvolvimento rítmico-motor são alguns dos temas trabalhados com os alunos.
Já para as crianças e adolescentes de 10 a 18 anos, o Guri oferece os cursos sequenciais, com até quatro aulas coletivas semanais ao longo de oito semestres. Além de estudar instrumentos específicos, neste programa os alunos têm aulas de canto coral, teoria musical e prática de conjunto.
O pólo do Araretama fica na escola Caic e funciona às terças e quintas-feiras, das 13h30 às 18 horas.

O pólo de Moreira César fica no Projeto Jataí e atende às segundas e quartas-feiras, das 14h30 às 17h30.

O pólo do centro da cidade fica no Templo Sede da Igreja Evangélica Assembléia de Deus – Ministério Belém.

O horário de atendimento é às segundas e terças-feiras, das 8 às 13 horas; às quartas e sextas-feiras, das 8 às 17 horas; e às quintas-feiras, das 12 às 16 horas.”

Para ler mais sobre o Projeto Guri, clique aqui

Por e-mail, recebi o convite do nosso talentosíssimo colega contrabaixista Fausto Borém, que participará do IV Simpósio Internacional de Composição da UFRJ:

“Estarei no Rio, me apresentando na Escola de Música da UFRJ.
No dia 13 de agosto, 9:30h na Sala da Congregação, será uma palestra sobre o Método de Contrabaixo de 1838, de Lino Jozé Nunes e o estilo deste incrível compositor, que bem poderia ser o Patrono do Contrabaixo no Brasil.
No dia 14, 19h na Sala Leopoldo Miguez, será um recital com as Lições para contrabaixo solo de Lino Jozé Nunes.
Apareçam por lá e convidem os amigos para saber mais sobre o redescobrimento desta joia do contrabaixo brasileiro (o 2º método no mundo!) e suas Lições, que serão ouvidas novamente após quase dois séculos. Um abraço. Fausto.”

 
Muito sucesso contrabaixístico procê, Fausto!
 
Datas: 13/08/2013, 3ª feira, às 9h30min – palestra
14/08/2013, 4ª feira, às 19h – recital
Local: Escola de Música da UFRJ
End: Rua do Passeio, 98 – Lapa
Rio de Janeiro – RJ

Para ler sobre a programação do IV Simpósio de Composição da UFRJ, clique aqui

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