Postagens de maio 24th, 2011


O contrabaixo é um instrumento da família dos violinos, mas que herdou alguns traços da família das violas da gamba (fundo chato, ombros caídos). Daí que ele é também o único instrumento de cordas, da família dos violinos, a usar dois modelos de arco: francês e alemão.

O arco francês, também conhecido como Bottesini, é o arco usado com a palma da mão direita voltada para baixo (voltada para os pés), como é feito nos outros instrumentos de cordas da família dos violinos (violino, viola e violoncelo), e passou a ser mais usado no contrabaixo a partir do século XIX, através do grande virtuose italiano do contrabaixo Giovanni Bottesini.

O arco francês tem o talão (extremidade de madeira onde fica apoiada a mão direita, normalmente feita de ébano) menor que o do arco alemão.

O desenho deste modelo de arco é mais “linear”.
Nele, a altura entre a vareta no talão e a crina é “igual” à altura entre a vareta na ponta e a crina, com uma curvatura acentuada no meio dessa vareta.

O parafuso que serve para graduar a tensão da crina, situado do lado do talão, na extremidade inferior, é feito de metal. Não tenho certeza sobre isso, mas acredito que isso sirva para equilibrar o peso do arco, já que o talão é pequeno.

O arco alemão, também conhecido como arco Dragonetti (ou “Butler”), é o mais antigo dos dois modelos.
Ele passou a ser chamado também por arco Dragonetti, por causa do grande virtuose italiano do contrabaixo Domenico Dragonetti, que tocava com o arco alemão.

Esse arco é usado com a palma da mão direita voltada para o “lado” (voltada para a lateral do corpo), como era feito com os instrumentos da família das violas da gamba (que eram tocadas “presas” à perna: gamba).

O arco alemão tem o talão (extremidade de madeira onde fica apoiada a mão direita, normalmente feita de ébano) maior que o do arco francês.

O desenho deste modelo de arco é feito como se de uma extremidade à outra (do talão à ponta) o arco “afinasse”, como se fizesse um bico.
Nele, a altura entre a vareta no talão e a crina é bem maior que a altura entre a vareta na ponta e a crina, com uma curvatura menos acentuada da vareta.

O parafuso que serve para graduar a tensão da crina, situado do lado do talão, na extremidade inferior, é feito de madeira. Não tenho certeza sobre isso, mas acredito que isso sirva para equilibrar o peso do arco, já que o talão é grande.

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o arco de modelo francês quanto o de modelo alemão são bons, senão um deles ou mesmo os dois já teriam sumido com as exigências orquestrais, que motivaram as grandes mudanças estruturais e sonoras no contrabaixo, (afinação, tessitura, cordas, etc.).

Já assisti ao vivo fantásticos e horríveis contrabaixistas nos dois modelos de arco.

No arco alemão a empunhadura é feita com a palma da mão voltada para a lateral do corpo, e aproveita melhor a posição natural do braço. É mais fácil tirar som quando a palma da mão está voltada para o lado, do que quando ela está virada para o chão, pois há uma maior concentração de peso ao movimento.
Essa maior “pressão” no movimento faz com que o som fique mais forte (isso não é regra).

De nada adianta um som forte, mas pouco maleável e bonito.
A pouca maleabilidade do som (que alguns atribuem ao arco alemão) pode ser decorrente de uma baixa conscientização corporal.
O contrabaixista pode não utilizar o peso do corpo de maneira mais adequada, e criar tensionamentos, como os que ocorrem com o ombro.
O braço “duro” demais também pode deixar o som duro.

No arco francês a empunhadura é feita com a palma da mão virada para trás, e aproveita melhor o movimento do braço. É mais fácil fazer movimentos de vai-e-vem com o braço quando a palma da mão está voltada para o chão, do que quando ela está virada de lado, pois há uma menor resistência ao movimento.
Essa maior “desenvoltura” no movimento faz com que o som fique mais maleável (isso não é regra).

De nada adianta um som maleável e bonito, mas com pouco volume.
O pouco volume de som (que alguns atribuem ao arco francês) pode ser decorrente de uma baixa conscientização corporal.
O contrabaixista pode não utilizar o peso do corpo de maneira mais adequada, e criar tensionamentos, como os que ocorrem com o polegar.
O braço “mole” demais também pode deixar o som fraco.

Bem, todos os problemas contrabaixísticos e as suas soluções técnicas, variam de contrabaixista para contrabaixista, certo?

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