Postagens de maio 24th, 2011


Existem dois dedilhados no contrabaixo acústico: italiano antigo (1-3-4) e germânico (1-2-4). O professor opta por ensinar um deles, ou seja, ou se usa um ou se usa outro. Eles são usados até mais ou menos a metade do braço, quando então são usadas três posições com o dedilhado 1-2-3.

Na metade do braço do contrabaixo, temos a oitava da corda solta. Por exemplo: na metade da corda sol, temos um outro sol mais agudo, uma oitava acima da corda solta, certo? Perto desse sol temos três posições que são tocadas com 1-2-3 (fá – fá sustenido – sol/ fá sustenido- sol- sol sustenido/ sol, sol sustenido – lá).

A partir da metade do braço (sol, 1 oitava acima da corda solta), o polegar passa a ser usado para prender a corda e a se chamar “capotasto” (0). Ele também poderá ser usado antes desse sol mas, via de regra, o estudo dele começa mesmo no sol, certo?

Assim que o capotasto passa a ser usado, os dedilhados 1-2-4 ou 1-3-4 são substituídos pelas “posições do capotasto” (ou capotasto), que são classificadas em cromática, semicromática e diatônica, todas com dedilhado 0-1-2-3. O dedo 4 passará a ser usado muito eventualmente.

No “capotasto”, as posições são mais flexíveis. Entre os dedos poderá haver intervalos de semitons (cromática – ex: sol- sol sustenido- lá- si bemol), tom e semitons (semicromática – ex: sol- lá- si bemol- si bequadro) e tons e semitom (diatônica – ex: sol- lá- si- dó). Há casos em que é necessário também “abrir” a posição (ex: sol- lá- si- dó sustenido).

O dedo 3 é um dedo “frágil”, que se fortalece com o tempo. Ele pode até não ficar com a precisão do dedo 2, mas nada que o impeça de ser muito bem usado, até mesmo em extensões e pivôs.

O dedilhado 1-2-4 “atenua” essa “fragilidade”, porque o dedo 3 sobe e desce junto com o dedo 4. Juntos, eles são considerados um dedo só (para efeito de dedilhado), mas essa mordomia só dura até pouco antes da metade do braço.

Um bom motivo para fortalecer o dedinho “feio”, já que depois ele também tem seus dias de cisne contrabaixista!!

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No dedilhado 1-3-4, o anular tem a ajuda constante do dedo médio.
Eles passam a ser um dedo só, vamos dizer assim. Por isso, esse dedilhado não apresenta problemas para o dedo 3 na região grave. Acho que para o dedo 4 é que deve ser difícil encarar a vida contrabaixística sozinho!…

Mas, a partir da região média para a aguda, o dedo 4 “descansa” nas duas escolas de dedilhado. O contrabaixo passa então a ter três posições com o dedilhado 1-2-3: (fá- fá sustenido-sol), (fá sustenido-sol-sol sustenido) e (sol-sol sustenido-lá), e as posições do capotasto (dedilhado capotasto-1-2-3).

Como as posições nessa região são menores que na região grave do instrumento, a norma de distância entre um dedo e outro deixa de ser somente de um semitom, e passa a ser também de tom, tom e meio, etc…

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Pelo que sei, na extensão o 1-2-3-4 é feito com a mão “parada”, e no pivô, o 1-2-3-4 é feito com os dedos mais “acrobatas”!…
Por exemplo: O dedo 1 “pisa” na corda, e logo em seguida o dedo 2 “alonga” para os lados e para cima (como se o dedo “espreguiçasse”), e desce em cima de outra nota. O dedo 3 fica com inveja, e repete a “alongada” do dedo 2 e desce em outra nota.
O dedo 4 fica enciumado e imita os irmãos…

O polegar é o único dedo “centrado” nessa história: fica no mesmo lugar o tempo todo.
Dizem as más línguas contrabaixísticas, que ele é preguiçoso e sedentário!

Pessoalmente, acho que ele só tá economizando energia para o dia do Cinderelo, quando ele deixa de ser polegar e passa a ser capotasto!…

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Quando comecei meus estudos, Sandrino Santoro me orientou a usar o 1-2-4. Ele mesmo usava 1-3-4. Os alunos mais antigos dele (tipo uma “geração” antes da minha) também usavam 1-3-4.

Acho que o 1-2-4 facilita a fazer o trinado com o dedo 4 porque o dedo 3 dá um “apoio” operacional, mas o que me motivou mesmo a usá-lo, foi que tenho uma ótima abertura do primeiro para o segundo dedo, e os acho dedos mais “fortes”.

A minha abertura do dedo 3 para o dedo 4 é boa, mas o dedo 4 para tocar sozinho precisaria de um fortalecimento extra… Mesmo assim, quando operei a mão esquerda, passei uma boa temporada tocando com 1-3-4, porque não conseguia colocar o segundo dedo na corda.

E mais dia menos dia, sabemos que acabaremos tocando com todos os dedos, seja com 1-2-4 na região grave/média, 1-2-3 na região média, e polegar (capotasto)-1-2-3 na região aguda… Esse lance de dedilhado é uma questão maior de estudo e costume.
Sandrino também falava que o 1-2-4 afinava melhor que o 1-3-4, mas isso eu nunca cheguei a comprovar…

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Dedo 1 é o indicador (ou fura-bolo);
Dedo 2 é o médio (ou pai-de-todos);
Dedo 3 é o anular (ou seu vizinho);
Dedo 4 é o mindinho;
Polegar (ou cata-piolho) não tem número no contrabaixo: é polegar mesmo…
Ao colocarmos a mão esquerda parada no braço do contrabaixo, teremos um dedo para cada nota, certo? E a distância entre cada nota é de um semitom, ou seja, metade de um tom, por exemplo: Dó- Dó sustenido-Ré.
Quem usa 1-2-4 (escola germânica), vai fazer o Dó com o dedo 1, o Dó sustenido com o dedo 2, e o Ré com o dedo 4. O dedo 3 se movimenta junto com o dedo 4, como se fossem os dois um dedo só.
Quem usa 1-3-4 (escola italiana), vai fazer o Dó com o dedo 1, o Dó sustenido com o dedo 3, e o Ré com o dedo 4. O dedo 2 se movimenta junto com o dedo 3, como se fossem os dois um dedo só.
Quem usa 1-2-3-4 (muito usado no baixo elétrico, e por alguns contrabaixistas de acústico), vai fazer o Dó com o dedo 1, o Dó sustenido com o dedo 2, o Ré com o dedo 3, e o Ré sustenido com o dedo 4, ou seja, com esse dedilhado aparece mais uma nota.

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Uma das outras preocupações iniciais do contrabaixista, que faz par com as bolhas, é o aparecimento dos calos e o tempo necessário para isso.
O calo é uma defesa a longo prazo da pele aos constantes ataques de elementos estranhos à sua natureza.
Assim, quando você assustou os seus dedos com o contrabaixo acompanhado de suas cordas de grosso calibre, as bolhas surgiram.
Agora, é a vez de o seu organismo proteger de verdade os seus dedos! Calo neles!
Se o contrabaixo tem cordas para “defendê-lo”, nada mais natural que você tenha bolhas ou calos para defender você… Mundo cão; contrabaixo cão.
O tempo necessário para o aparecimento dos calos varia de contrabaixista para contrabaixista.
Eles costumam surgir após sucessivas bolhas curadas, quando a pele que nasce por baixo delas vem cada vez mais resistente, ou quando a pele vai ficando mais seca e resistente mesmo sem bolhas.
Eventualmente, os calos dão umas fisgadinhas doídas e rápidas, mas isso dá e passa sem traumas.
Até hoje, desconheço relatos de contrabaixistas dissidentes por causa disso, embora haja muitas desistências por causa do polegar direito e mais ainda por carreiras como a medicina, informática, direito…
Existem contrabaixistas felizardos que não apresentaram episódios de bolhas e/ou calos na vida contrabaixística.
Se você não faz parte do seleto clube dos sem-bolhinhas, junte-se a outros bons contrabaixistas e seja um melhor, mas de outro clube: o dos bolhudos e/ou dos caludos…
Os calos, quando aparecem, têm caráter mais permanente. Quero dizer com isso, eles são eternos enquanto durar o seu estudo…
Ao invés de serem uma preocupação ou um problema, os calos devem ser encarados como um alívio, pois permitem que você estude ou toque pelo tempo que desejar, sem deixar que o dedo crie bolhas.
Agora, se você passar dois meses na malandragem contrabaixística, os calos também te acompanharão nessas férias: descamarão na moranga, e bobó, digo babau calos!…
Os cuidaditos com os casquitos são iguais aos com as bolhas: amor, carinho, e distância de dentes, alicates de unha e das férias prolongadas.
Para atenuar o visual- às vezes arrepiante- dos dedinhos calejados, aqui vão algumas dicas opcionais:
1) Mantenha as cordas do seu contrabaixo limpas. Calos encardidos são sinônimo de contrabaixo sujo;
2) Uma lixa de unha comum costuma alisar bem o ouriço humano mas, dependendo do caso e da necessidade, uma lixa de pé funciona maravilhosamente melhor.
Só não use a bonitinha em público, porque é algo que beira o grotesco, certo?
Não se esqueça de que as pessoas já acham o contrabaixo um instrumento dinossáurico. Aí um dia você aparece com os dedos arrebentados de bolhas; num outro, você tira da mochila uma lixa de pé para amaciar os estragos dos calos… E a imagem do instrumento, como fica?
Não adianta eliminar a concorrência dessa forma porque você, como contrabaixista, precisará de um público que te assista por admiração, não por pena.
E se é para eliminar a concorrência, vá mostrar as suas bolhas sangrentas e seus calos cascudos e horrorosos para os colegas de escola de música que ainda não se decidiram por um instrumento, ora bolhas!
Calo para sempre… sobre isso!

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Para tocar muito pizzicato, como eu não estou acostumada, meus dedos bolhudos precisam de duas ou três camadas de pele renovada.
A primeira descascada é de susto; a segunda é de revolta; a terceira é aquela que dá liberdade aos meus dedos e abre as asas sobre a música.
Isso varia de contrabaixista para contrabaixista.
Mas se você tiver bolhas e puder diminuir o contato dos dedos feridos com as cordas por alguns dias, depois da segunda descamada a pele ficará mais seca e grossa e logo uma calosidade aparecerá nos locais de maior atrito com as cordas.
Aí, é só voltar ao seu ritmo normal de estudo e cuidar dos seus agora calos com amor e carinho, longe dos dentes, dos alicates de unha e dos longos períodos de férias contrabaixísticas, senão eles somem.
Cuidaditos com as bolhas:
1) Não fure e não morda a pobrezinha;
2) Mantenha o local sempre limpo e seco, principalmente se você ainda insistir em tocar contrabaixo. Pele úmida e bolhas são irmãs siamesas;
3) Coloque o dedo bolhudo por cinco minutos na água morna bem salgada, cinco vezes ao dia e seque bem o local depois;
4) Se o dedo inflamar, mantenha a água com sal, e passe uma pomada antiinflamatória no fofinho;
5) Se possível, não cubra os dedos bolhudinhos, porque elas secam mais rápido ao ar livre. Bolhas têm falta de ar;
6) Depois que a pele de baixo da bolha estiver cicatrizada, você poderá tirar a pele que sobrou da bolha cuidadosamente com um alicate de unha, sem puxá-la. Força de vontade é tudo nessa hora.
Da mesma forma que tem gente que tem dificuldade para aprender o contrabaixo e outras não, que tem gente com uma dificuldade enorme para solucionar um problema técnico-musical e outras não, existe quem tenha episódios bolhudos e sortudos que não.
Tenho um colega contrabaixista, que toca profissionalmente em orquestra, que nunca teve bolhas ou calos na vida contrabaixística.
De um modo geral, bolhas são episódios eventuais, que podem ocorrer ou não.
Elas são mais freqüentes no início do estudo do instrumento, mas podem aparecer após umas férias ou após mudanças na técnica, quando uma região dos dedos que antes era pouco ou nunca usada, passa a ser mais solicitada.
Na hora de começar ou recomeçar o estudo do contrabaixo, todo o cuidado é pouco.
Pode ser que os seus dedos aguentem mais tempo no instrumento depois das férias, antes de recomeçar o processo rebolhudo.
Não importa se você está começando ou recomeçando o estudo. Os recadinhos do corpo continuam valendo: incomodou, parou!…

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Contarei para vocês um causinho meu, bem particular e quase secreto, sobre bolhas.
Como vocês já devem estar carecas de saber e se não estão, ficarão agora (sai para lá!), sou uma contrabaixista de música erudita, de muito arco e de alguns pizzicatos raquíticos de orquestra.
Anos atrás, fui chamada para tocar uma peça longa e jazzística, que se traduzia em 48 minutos aproximados de pizzicato e dois minutos de arco, com umas duas semanas para “ambientar” os dedos da mão direita.
Driblei a primeira leva de bolhas, mas no ensaio geral eu já estava fazendo pizzicato até com o dedo mindinho, porque não tinha mais dedo que prestasse.
Ensaio geral assim é um mau presságio de bolhas indomadas na apresentação.
Dito e feito. No dia da apresentação eu estava um lixo de bolhas e, o que é pior, com um capacete de esparadrapo em cada dedo. Lindo, não é mesmo?
Durante a música, o tal capacete virou caramujo e começou a melar as cordas, e a gosma terminou por arrancar a camuflagem dos dedos uma a uma.
Terminei a apresentação com os dedos em carne viva, sangrando e cheios de gosma de esparadrapo, mas endorfinados e felizes com o resultado musical.
A euforia acabou quando cheguei em casa. Os dedos já estavam prontos para virar churrasco, ainda mais tendo que colocá-los cinco vezes ao dia na salmoura para curar as feridas.
Dez dias depois, aparece o calo retardado…
Meses depois disso, e nenhum calo mais de pizzicato à vista, me chamam para repetir a peça, só que com sete dias de antecedência…
Dois dias e muitas bolhas antes da apresentação, ligo para um colega contrabaixista pedindo um help urgente:
– Você conhece algum remédio para secar bolha?
– Passa o talco x.
– Talco? Isso seca rápido a bolha?
– Quando é a apresentação?
– Daqui a dois dias!
– Putz! Só super-bonder dá jeito nisso!…
O que a gente não faz por amor à arte e às apresentações sem cachê?
Aí, submeti meus dedos ao humilhante papel de pãozinho amanteigado com super-bonder, previamente colocada num pedaço de papel alumínio.
Resultado: meia hora de autonomia descascante gradativa dos dedos, 20 minutos de empolgação com pizzicato sem super-bonder, três dedos em carne viva no final e um esporro médico três dias depois.
Mas a música estava uma delíiicia, gente!…

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Uma das preocupações iniciais mais frequentes do contrabaixista diz respeito ao possível surgimento de bolhas nos dedos das mãos…
A bolha é a resposta imediata que o organismo dá a um atrito que o está agredindo.
Para isso, ele protege a região com mais água.

A bolha é como se fosse um susto do organismo.
Você apresenta a seus dedos um contrabaixo, armado com cordas de grosso calibre e ainda quer que seu organismo não leve um susto?!

Assim como o bronzeamento da pele deve ser progressivo, como o exercício físico deve ser progressivo, o estudo do contrabaixo também deve ser progressivo.

Talvez os homens das cavernas ou mesmo o Tarzan tivessem os dedos calejados pelos cipós.
Devido à vida selvagem, muito provavelmente eles devem ter tido bolhas sangrentas, purulentas e dolorosas nos dedos, antes de aparecerem os calos milagrosos.
Eles também não devem ter tido um condicionamento gradual, aulas de cipó, ou mesmo um professor de cipó que dissesse: “Ok, Tarzan, hoje você já se pendurou no cipó por uma hora. Amanhã, você pega mais!”.

Embora me pareça que a vida musical seja feita de transgressões e cópias, bem que poderíamos trazer os genes da repetição de bolhas com defeito…

Penso nas bolhas como uma falta de condicionamento físico ocasional.
– Mas coooomo falta de condicionamento, se eu estudo quatro horas por dia???
Gente, quatro horas por dia para quem estuda há menos de dois meses equivale a passar horas a fio sob o sol, sem protetor solar, nos seus primeiros dias de férias.
Pimentão não tem férias, assim como dedo grelhado não estuda, certo?

No calor das emoções praianas, é difícil apelar para o bom senso sem a ajuda de um relógio, mas no calor das emoções com o contrabaixo, o bom senso está mandando recado o tempo todo: sensação de queimação nos dedos, fisgadas, vermelhidão, cansaço na mão, etc.

Aí, no melhor estilo dos filmes de náufragos, o bom senso te envia uma bolha cheia d’água.
Se você procurar direitinho, ainda encontrará nela a garrafa com o bilhetinho escrito “Pare de tocar, seu burro!”.
Continue tocando, e o bilhetinho virá escrito em sangue – o seu!

Estudou heroicamente e ganhará com isso uma caixa de band-aid de condecoração!…
Isso, se você não pegar a menção horrorosa com o esparadrapo, um prêmio contagiante, que quase sempre se converte em cola grudenta e numa imensíssima eca pelo instrumento!…
E numa m… de bolha com cola!…

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Existem contrabaixistas que precisam de uma ou outra unha grande para tocar violão, por exemplo.
Nesse caso, o jeito é mais uma vez apelar para a maravilhosa capacidade de adaptação do ser humano.
De um modo geral, a unha grande mais comum é a do polegar, e ela não atrapalha tanto.
Se for possível, experimentar um tamanho alternativo entre a unha de gato e o sabuguinho costuma funcionar, desde que essa mudança seja feita bem aos poucos, para dar tempo ao contrabaixista e às unhas de se aturarem.
A unha grande do polegar esquerdo não costuma interferir na execução do contrabaixo.
Até 1ª metade do instrumento, o polegar só fica apoiado atrás do braço do instrumento, e isso pode ser feito com o dedo esticado sem problemas, embora o usual seja também com o dedo ligeiramente flexionado.
Na segunda metade do instrumento, o polegar passa a se chamar capotasto e a apertar as cordas com a lateral direita do dedo.
Não há necessidade de polpa de dedo para apertar as cordas, mas a unha grande pode esbarrar na corda do lado e atrapalhar bonito, mas como isso já abrange a região aguda do instrumento, muita gente nem se atreve a passar por lá, ainda mais de unha grande.
O polegar da mão direita serve para segurar o arco, equilibrando e apoiando a mão.
É possível segurar o arco (francês) e tocar normalmente sem um dos dedos de cima (mindinho, seu vizinho, pai de todos e fura-bolo), mas sem o polegar só dá para segurar e tocar com arco se agarrar os dedos restantes na vareta.
No arco francês, a unha do polegar direito se encaixa na curva do talão do arco ou no início do talão.
Em ambos os casos o local é uma quitinete e uma unha grande fica sempre achatada e torta, quase com falta de ar, mas é viável diminuí-la um pouco de tamanho e lixá-la mais nos cantos.
Como a empunhadura do arco francês é feita com a palma da mão voltada para o chão, o polegar fica no porão do prédio e tem sempre a sensação de que o edifício está caindo na cabeça dele.
A solução mais radical para quem usa o arco francês e não quer abrir mão do polegar de unhas pontudas é mudar para uma das escolas de arco alemão que possa deixar polegar mais livre, leve, solto e …de unha grande!
Como a empunhadura do arco alemão é feita com a palma da mão voltada para a lateral da perna do contrabaixista, o polegar fica na cobertura do prédio e tem uma visão mais panorâmica do sacolejar do arco.
Conheço um contrabaixista de acústico (arco francês) que toca profissionalmente erudito e rock nele, além de baixo elétrico e violão.
O problema é que, além de precisar da unha do polegar grande, ele a tem fraca e quebradiça. A solução encontrada por ele foi a unha de porcelana.
Esse tipo e a de silicone também funcionam como uma boa maquiagem de unhas para as moçoilas contrabaixistas em dias de festa, dando uma ótima turbinada no visual, desde que os olhos alheios se mantenham distantes dos dedos calejados…
Os pés do pavão e os pés das bailarinas também são feios, gente!…

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