Cópia da mensagem do luthier e contrabaixista Andrea Spada, postada na comunidade do Orkut ‘Mulheres no contrabaixo’, em 02/7/2008.
Som & Cia: aspectos importantes de serem vistos ao escolher um contrabaixo acústico para comprar:
“Muito difícil mesmo… são tantas as variáveis… mas vamos tentar. Primeira coisa; a menos que seja absolutamente impraticável, não comprar baixos chineses!
Vou tentar criar um elenco de fatores a ser considerados:
Timbre: se você quiser um timbre claro e penetrante, não compre um instrumento que tenha um som muito redondo. Se quiser um timbre profundo e aveludado, não compre um instrumento com som claro e magro. Vai gastar muito dinheiro logo depois procurando as cordas que possam resolver teu problema, sem grande sucesso, e alguns anos mais tarde vai acabar precisando trocar de instrumento!
Diapason: Não compre um instrumento grande demais, nem um pequeno demais. Considere o tamanho de suas mãos, sua altura. Também, à paridade de afinação, cordas longas são mais tensas que cordas curtas. Em alguns casos, é preferível ter uma ou outra.
Fundo: que música você toca? Para orquestra, um fundo esculpido tem a tendência a funcionar melhor, para jazz ou popular um fundo chato é preferível. Isso, é claro, em linha gerais. Sempre temos surpresas!
Procure por rachaduras no tampo e no fundo na posição da alma.
Veja a altura do cavalete. Para um baixo 3/4, 16 cm é suficiente. Se tiver um cavalete menor, o porque o ângulo do braço é pequeno, o que não ajuda na resposta das cordas e pode atrapalhar na hora de tocar com arco, pois pode não haver espaço suficiente nos Cs.
O espelho tem pelo menos 8 mm na borda? Se tiver, ótimo. Se não, vai poder precisar de uma troca de espelho em breve!
Vem com boas cordas, e razoavelmente em bom estado? Se não, considere que vai gastar pelo menos um 500 reais a mais para repô-las.”
Leia mais em:
Luteria contrabaixística c/ Andréa Spada (acústico)
https://www.orkut.com.br/CommMsgs.aspx?cmm=2193445&tid=5209614297228613708
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Sou uma artista cheia de certezas e dúvidas, contrabaixista dos graves e cantora dos agudos, alegre e melancólica, bem-humorada e sujeita a chuvas, autoritária e passiva, inteligente com escolhas controversas, carinhosa e distante, sensível e racional, mãe e mulher, muito criativa e pouco funcional, metódica e mezzo-temperamental, com o Ying/Yang desequilibrado, ma non troppo: yingpaciente, yingtolerante, yingpertinente, yingpossível, etc. Tudo isso, mesclado com pouquíssima memória, nenhum senso de direção, vagas lembranças, muita energia... e nenhuma cólica.
(Double Cello)
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ACHO QUE VOU DESISTIR DE VOLTAR… POIS UM BOM CONTRABAIXO DEMANDA “UM CERTO FÔLEGO FINANCEIRO”.
Não desista. Nem recomeçou e já vai desistir??
Você já tem o contrabaixo. Pense que muitas pessoas querem estudar contrabaixo e sequer têm dinheiro para comprar um…
“Fôlego financeiro” seria para comprar o contrabaixo e mandar regulá-lo e, mesmo assim, existem escolas de música que têm contrabaixo disponível para os alunos da classe de contrabaixo.
Como você já tem o contrabaixo há algum tempo, penso que ele já deva ter sido regulado por um luthier.
Se as cordas estão ruins e o “fôlego financeiro” não dá, estude com as cordas que tem, com o contrabaixo chinês 4/4 (enquanto aguarda a oportunidade de trocá-lo por um 3/4).
Tenho o exemplo de um grande contrabaixista brasileiro, Antônio Arzolla, que passou anos da vida dele estudando e tocando num contrabaixo horroroso e que, nem por isso, deixou de ser o maravilhoso contrabaixista que é.
O fôlego principal que precisamos não é o financeiro, mas sim o fôlego da paciência, disposição e disciplina para estudar, mesmo nas adversidades contrabaixísticas, que você pode ter certeza de que serão muitas…
Mas todas as escolhas que fazemos na vida – contrabaixística ou não – passam por isso e lutar por elas nos faz mais fortes e felizes.
Abraços contrabaixísticos procê