Esta notícia foi postada há algum tempo no site do luthier paulista Paulo Gomes, https://www.paulogomes.com.br.

Nela, ele narra a história de um contrabaixo que achou num lixo.
Como esta é uma história contrabaixística incrível, penso que precisa ficar registrada também aqui no nosso blog.

“Em julho de 2009 estavamos indo eu, minha mulher Edna e nosso filho Artur ver uma exposição de cerâmicas na rua 19 em Manhattan, NY quando nos deparamos com a cena abaixo:

Um contrabaixo jogado numa caçamba de lixo!!!

Imediatamente subí na caçamba e dei uma boa olhada no instrumento (um John Juzek feito na Alemanha nos anos 1960) que, apesar de não ter braço, estava em boas condições.
Não havia nenhuma rachadura na região da alma, nem no tampo nem no fundo.
Procurei pelo braço mas não encontrei.
Talvez seja esse o motivo de o instrumento ter sido jogado fora.
O que será que aconteceu com esse baixo antes desse dia? 

Seguimos com o instrumento pelas ruas de Manhattan até o apartamento na rua 24.
Algumas pessoas que passavam até tiraram fotos e riram.

 

Assim que cheguei no apartamento eu já tinha na cabeça tudo que faria com o instrumento.
Este seria o meu contrabaixo pois, além de excelente material, ele tinha uma história.
E uma história incrível!
Já estava decidido a montar o baixo com 5 cordas, usando um Dó agudo e barço regulável.

Como o baixo não tinha braço eu comprei um braço Juzek original e montei usando meu sistema de braço regulável (veja página no site).
Esse sistema tem funcionamento perfeito e ninguém diz que há qualquer coisa diferente no instrumento.
É praticamente invisível.
Após cerca de 3 meses de restauração (a qual incluiu novo verniz) o contrabaixo ficou pronto e além de muito bonito tem sonoridade excepcional.

Detalhes do tampo contrabaixo e do acabamento da ponta do espelho e do estandarte.

Desde então esse é o meu baixo e com ele venho tocando.
Na foto acima estou tocando nesse contrabaixo numa apresentação de jazz em São Paulo.

Acho que eu tive muita sorte em achar esse magnífico instrumento no lixo mas, como disse meu amigo Caio Martins, o baixo teve muita sorte também pois quais eram as chances de ele ser encontrado por um luthier e ainda especializado em contrabaixos ? Além disso. alguma pessoa poderia ter pego o baixo antes apenas para usar como decoração por ser uma peça “legal”.
Realmente foi muita sorte dos dois lados e eu estou muito feliz com meu “novo” baixo.
O que será que pensaria o cara que jogou fora esse baixo se o visse assim lindo e tocando com essa soronidade potente e maravilhosa?”
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