O problema de usar o tempo todo o dedilhado 1-2-3-4 no contrabaixo acústico, é que força demais a mão.
Eventualmente, em extensões e pivôs acho viável, mas a partir da 4ª posição (ré- ré sustenido- mi) e, ainda assim, isso depende também do contrabaixo…

Por não ter traste, as posições no contrabaixo acústico vão diminuindo de tamanho, conforme as posições vão alcançando notas mais agudas. Mesmo assim, o contrabaixista ainda usará muito algumas posições “grandes”, como é o caso da meia-posição (corda sol: sol sustenido- lá- si bemol) e da 1ª posição (corda sol: lá- si bemol- si bequadro).

Colocando mais um dedo e uma nota nessa posição, será impossível manter os dedos totalmente presos e parados na corda, como usualmente fazemos numa “posição”.
Numa mesma posição e numa mesma corda só existe um movimento básico: abaixar e levantar os dedos.

Usando o dedilhado 1-2-3-4, será acrescentado a esse movimento básico mais um outro: “abrir” cada dedo sempre que for tocar com o dedo 4 e “fechar”. Assim, a idéia de “posição” fica mais relacionada aos dedos do que à mão.

Sem um bom professor de contrabaixo, dificilmente o aluno conseguirá tocar de forma relaxada com esse dedilhado que, naturalmente, já “abre” a mão mais que o necessário.

Usamos somente o peso do corpo para tocar, sem força. A mão esquerda deve ser precisa e flexível sem ficar “dura” de forma alguma.

Uma informação importante: numa mesma posição, o espaço entre todos os dedos usados deve ser igual. No dedilhado 1-2-4, por exemplo, o espaço entre esses dedos é o mesmo. O dedo 3 fica entre os dedos 2 e 4.

Já vi contrabaixistas de elétrico tocarem com dedilhado de contrabaixo acústico, mas conheci e fiz aulas com um grande contrabaixista holandês, Hans Roelofsen, que foi o único contrabaixista até hoje que vi tocar com dedilhado 1-2-3-4 no acústico. Ele tem uma mão bem grande, com dedos muito longos e fortes, e usa a mão esquerda como se fosse um violoncelo.

Os violoncelistas usualmente utilizam o dedilhado 1-2-3-4 e também abrem cada dedo ao tocar (pivô), mas como as posições do instrumento são menores, eles conseguem fazer uma posição com a mão parada e os dedos prendendo todas as quatro notas, sem tensionar a mão, o que é praticamente impossível de ser feito no contrabaixo, mesmo que com um contrabaixo de posições pequenas.

As chances de tendinites no futuro são um caso a considerar, salvo se o aluno estiver sendo bem orientado por um professor de contrabaixo muito bom.

Bem, essa é a minha opinião…

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