No intervalo do ensaio da orquestra a mãe telefona para casa.
A filha atende e fala bem devagar, sílaba por sílaba:
“Eu que-ro que vo-cê vol-te par-ra ca-sa a… go… ra!
(minha filha, aos 3 anos e meio)

No intervalo do ensaio da orquestra a mãe telefona para casa.
A filha atende e fala bem devagar, sílaba por sílaba:
“Eu que-ro que vo-cê vol-te par-ra ca-sa a… go… ra!
(minha filha, aos 3 anos e meio)
Sou uma artista cheia de certezas e dúvidas, contrabaixista dos graves e cantora dos agudos, alegre e melancólica, bem-humorada e sujeita a chuvas, autoritária e passiva, inteligente com escolhas controversas, carinhosa e distante, sensível e racional, mãe e mulher, muito criativa e pouco funcional, metódica e mezzo-temperamental, com o Ying/Yang desequilibrado, ma non troppo: yingpaciente, yingtolerante, yingpertinente, yingpossível, etc. Tudo isso, mesclado com pouquíssima memória, nenhum senso de direção, vagas lembranças, muita energia... e nenhuma cólica.