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O Blog da Voila Marques e o canal do blog no Youtube recomeçam agora suas atividades, depois de um longo e tenebroso inverno contrabaixístico!

As “A-B-C-Dicas de Contrabaixo” terão agora postagem quinzenal, as entrevistas do “Fala Baixo” serão mensais ou bimestrais e os textos no blog serão semanais também.

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Participem! In-te-ra-jam!
Beijocas contrabaixísticas

Agradecimentos contrabaixísticos: Guilé Santos e Gabriel Ramos

Coordenadas contrabaixísticas:
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VAMOS AJUDAR O RODRIGO VARANDA?

 


Coleguitos e coleguitas,

Devido às dificuldades de acesso às bibliotecas (obras, mudanças, greves, etc), a pesquisa acadêmica do contrabaixista e amigo Tarcísio José da Silva precisou mudar de foco.
Agora, ele escreverá sobre a trajetória musical do grande contrabaixista e professor Sandrino Santoro, e eu continuarei dando uma ajudinha na pesquisa.
Se vocês tiverem história, dado e/ou fatos importantes e/ou interessantes sobre ele, por favor, enviem por escrito ou enviem a história (fato, dados, etc) gravada em áudio/ vídeo, para contato@voilamarques.com, ok?

Abraços contrabaixísticos

Caros colegas contrabaixistas,

Estou ajudando o amigo e contrabaixista Tarcísio José da Silva numa pesquisa acadêmica sobre solos de contrabaixo executados nas principais salas de concerto do Rio de Janeiro, de 1985 a 2015.
Gostaria de saber se vocês poderiam nos ajudar com os programas de seus solos com orquestras e/ou grupos de câmera (duo, trio, quarteto, etc).

Precisamos somente dos programas impressos (em PDF ou que possam ser disponibilizados para cópia).
Podemos contar com a ajuda contrabaixística de vocês?

Obrigada e beijocas cbxtks,
Voila
contato@voilamarques.com


Reportagem retirada do site https://zerohora.clicrbs.com.br , publicada em outubro/ 2013.
Autor: Zero Hora Fotos: Bruno Alencastro/ Agência RBS

Quatro cordas, um sonho

Após descobrir a diferença entre um contrabaixo elétrico e um acústico, menino de Canoas quer virar músico da Ospa

Foi por engano que Weslei Felix Ajarda entrou pela primeira vez no Conservatório Pablo Komlós. Os olhos escuros e curiosos ansiavam por aulas de contrabaixo elétrico, um complemento ao seu aprendizado com amigos. 

Com as mãos já acostumadas com as cordas do instrumento, ele preencheu a ficha de inscrição. Há cinco meses, o menino de 14 anos sequer sabia o que era música clássica, a ponto de confundir o contrabaixo elétrico com acústico.

Após passar na seleção, o primeiro instante foi de surpresa. O adolescente deparou com um instrumento da sua altura, mas duas vezes mais largo que ele. Quando os dedos seguraram o arco e o arrastaram pelas cordas grossas, não foi somente o som que o fez se afeiçoar: foi o sentimento. O menino guarda dentro de si a primeira sensação dos acordes. E todas as quartas-feiras à tarde, quando tem aula de contrabaixo clássico com o professor Eder Francisco Kinappe, ainda sente o mesmo estardalhaço dentro de si.

A vida do Weslei que estuda de manhã na escola Escola Municipal de Ensino Fundamental Professora Nancy Ferreira Pansera, no bairro Guajuviras, em Canoas, quase se separa da vida do Weslei que nas tardes de quarta-feira vai para Porto Alegre. A música é o elemento que contrasta as duas realidades.

Quando acorda às 7h para ir à sala de aula, o boné vermelho e o uniforme escolar não indicam qualquer relação com a música clássica. O rosto brincalhão, que divide a atenção entre conversar com os colegas e absorver os conhecimentos, adquire uma expressão séria pouco depois do almoço, quando, às pressas, troca de roupa e anda rapidamente até a parada de ônibus. Weslei percorre parte do trajeto de trem, muitas vezes lotado. Quando desce na última estação, em Porto Alegre, apressa o passo para chegar a tempo na aula.

Diferentemente da escola, Weslei não perde o foco quando entra em uma das salas do segundo piso do Conservatório. Após cumprimentar o professor, se abaixa para pegar o instrumento e, de forma delicada, o ergue do chão. Se os olhos se focam no contrabaixo, os ouvidos, porém, prestam atenção à voz baixa e calma do instrutor. Em pouco menos de uma hora, o garoto tenta saciar a vontade de colocar nas cordas o sentimento que vibra dentro de si conciliando com a leitura da partitura.

 

 

De exemplo, um caminho parecido

A música é a inspiração para Weslei sonhar em fazer parte de uma orquestra. Nas poucas vezes em que vai assistir a um dos concertos da Ospa, além de sentir a melodia invadindo o teatro, sente o sonho pulsar dentro de si. Os olhos de Weslei se direcionam a Eder quase que do começo ao fim do concerto. O menino se imagina lá. Pensa no que se passa na mente dos músicos e alimenta ainda mais a esperança de um dia conquistar o teatro com as suas próprias notas.

– Eu vejo ele como um talento acima da média. O Weslei tem uma extrema facilidade para fazer música. É só ter a oportunidade e estudar o que precisa – revela Eder.

A reabertura do Conservatório

O sonho de Weslei também está em outros rostos e mãos tão cuidadosas quanto as dele com os instrumentos de orquestra. Está nos olhos de meninos e meninas que deixam seus lares e colocam de lado uma infância de brincadeiras para viver com a música. Empenhados em descobrir quão além o som do instrumento pode ir, convencem os pais a pagar o transporte até o Conservatório, o que para muitas famílias é um valor significante.

Entretanto, o sonho de Weslei ainda é uma partitura inacabada. Assim como a transformação do sonho para a realidade, ele precisa evoluir no contrabaixo, e este desenvolvimento está ligado com a prática e o estudo. Para o menino de 14 anos um dia poder estar no palco, o talento e a dedicação não são as únicas duas características determinantes.

– O instrumento em casa é imprescindível. Não tê-lo em casa inviabiliza o estudo – explica.

Para a família de Weslei o custo do instrumento é inviável. O mais barato e de baixa qualidade sai em torno de R$ 2,5 mil, e um de qualidade média está aproximadamente R$ 9 mil.

Desde que o Conservatório Pablo Komlós reabriu, em maio, depois de quase dez anos sem atividade, a escola realiza uma campanha para a doação de instrumentos. Segundo a diretora da instituição, Nisiane Franklin da Silva, muitas pessoas aderiram à campanha, mas as doações recebidas são dos instrumentos mais conhecidos, como violino. Ao todo, são 11 instrumentos disponibilizados na escola, quatro de cordas (violino, viola, violoncelo e contrabaixo), três de madeiras (oboé, clarinete e fagote) e quatro de metais (tuba, trompa, trombone e trompete).

A necessidade se torna ainda maior porque o Conservatório reabriu com um diferencial. Até 2004, quando ele foi desativado principalmente por falta de professores, o intermediário era o nível mais baixo para um aluno entrar, depois de realizar uma prova. Apenas alguns alunos de baixa renda, que se destacavam em outros projetos sociais, e que já dominavam algum instrumento, eram deslocados para a Ospa. Neste ano, porém, optou-se por abrir vagas para crianças e adolescentes de baixa renda. Das 220 vagas, 44 eram específicas para este público. Assim como Weslei, a maioria dos alunos que entrou nesta condição não possui o instrumento para levar para casa e praticar.

A futura orquestra jovem

A doação de instrumentos não beneficiará somente os estudantes que necessitam da prática em casa, mas também contribuirá para a formação de uma Orquestra Jovem. Conforme Nisiane, a ideia é que em 2014 uma orquestra jovem seja formada. Nela, estarão os alunos do Conservatório que se destacam e também os estudantes do curso de Música da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

– É por isso que a nossa campanha vai além. Para conseguirmos formar esta orquestra, precisamos da doação de todos os instrumentos – conclui a diretora. A orquestra jovem pode ser meio caminho andado para a realização do sonho de Weslei.

Hoje, achei esta página na Internet, com fotos do que eu considero um transporte alternativo de contrabaixo pra lá de “inusitado”: bicicleta! Vejam só:

Notícia e fotos retiradas e copiadas do site Le jipiblog, postadas em 27 de agosto de 2013.

“Andar de bicicleta não é, talvez, a melhor maneira de levar um baixo para chegar ao local do show … Este ganha o prêmio de acrobacias”

“Seu nome é Matt Robert mais imagens no seu blog:”

“Na China também:”

“É ainda um pequeno caixão…”

“Baixo, mas não só:”

“Isto é normal em Amsterdan:”

Notícia retirada do site https://www.pindamonhangaba.sp.gov.br

Projeto Guri segue com inscrições para cursos gratuitos de música
09/08/2013 – 14h59

“Os pólos do Projeto Guri em Pindamonhangaba estão com inscrições abertas para cursos de música para crianças e jovens. As inscrições podem ser feitas até o dia 30 de agosto, diretamente nos pólos, que ficam no Araretama, em Moreira César e no centro da cidade.

Os cursos são gratuitos e se destinam a crianças e adolescentes com idades entre 8 e 18 anos. Para participar, não é preciso ter conhecimento prévio de música nem realizar testes seletivos. Basta estar matriculado em qualquer instituição de ensino da rede pública ou particular. As aulas acontecem no contra turno escolar.
Os interessados poderão se inscrever em cursos de canto, violão, violino, viola, violoncelo, contrabaixo, flauta transversal, clarinete, saxofone, trompete, trompa, trombone, tuba, eufônio e percussão.

Basta ir diretamente ao polo em que desejam estudar, acompanhados por pais ou responsáveis, levando RG (ou certidão de nascimento), duas fotos 3×4, comprovante de matrícula escolar e endereço, e RG ou CPF do responsável.
Os cursos estão divididos em duas categorias. A primeira, de iniciação musical é destinada a crianças com até 9 anos, com duração de dois anos e duas aulas semanais. Conhecer, tocar e construir instrumentos, cantar canções brasileiras e de outros países, ampliar a percepção auditiva e desenvolvimento rítmico-motor são alguns dos temas trabalhados com os alunos.
Já para as crianças e adolescentes de 10 a 18 anos, o Guri oferece os cursos sequenciais, com até quatro aulas coletivas semanais ao longo de oito semestres. Além de estudar instrumentos específicos, neste programa os alunos têm aulas de canto coral, teoria musical e prática de conjunto.
O pólo do Araretama fica na escola Caic e funciona às terças e quintas-feiras, das 13h30 às 18 horas.

O pólo de Moreira César fica no Projeto Jataí e atende às segundas e quartas-feiras, das 14h30 às 17h30.

O pólo do centro da cidade fica no Templo Sede da Igreja Evangélica Assembléia de Deus – Ministério Belém.

O horário de atendimento é às segundas e terças-feiras, das 8 às 13 horas; às quartas e sextas-feiras, das 8 às 17 horas; e às quintas-feiras, das 12 às 16 horas.”

Para ler mais sobre o Projeto Guri, clique aqui

Infelizmente, não pude estar presente ao IV EIC – MRM 2013, mas me senti orgulhosa de ser contrabaixista com o evento profissionalíssimo, representado por expoentes do contrabaixo, e com essa reportagem que coloco aqui para vocês.

Não é todo dia que temos encontros de contrabaixo, assim como não é todo dia que temos uma reportagem – e muito bem escrita – sobre o nosso amado, idolatrado, salve, salve, contrabaixo!

Reportagem retirada do site da Revista Ciência Hoje.
Texto escrito por Célio Yano e publicado em 19/06/2013.
Cópia autorizada e agradecimentos contrabaixísticos do blog ao repórter Célio Yano e ao professor de contrabaixo Alexandre Ritter (UFRGS).

“A hora e a vez do contrabaixo

Instrumento responsável por dar base harmônica e rítmica às músicas vira protagonista em encontro internacional. Sucesso do evento evidencia evolução na formação de músicos brasileiros.

Por: Célio Yano

Detalhe de contrabaixo. Instrumento mais grave da família das cordas começou a ganhar atenção em execuções solo. (foto: Maja Fabczak/ Sxc.hu)

Era noite de sábado, e o pequeno auditório de cerca de 300 lugares estava completamente lotado. No palco, o canadense Joel Quarrington, considerado um dos maiores contrabaixistas da atualidade, executava quatro obras – duas delas, de Tomas Oboe Lee e Manning Sherman, em estreia mundial. O recital, gratuito, encerraria o último dia do IV Encontro Internacional de Contrabaixistas.

Não foi na Itália, Alemanha ou Áustria. O evento, dedicado exclusivamente ao instrumento mais grave da família das cordas, foi organizado pelo Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e ocorreu em Porto Alegre no início de maio passado. Estaria fadado ao fracasso se tivesse sido realizado cerca de duas décadas atrás. Seu sucesso tem a ver com o momento específico por que passa o contrabaixo acústico no cenário musical do país do samba.

“A maneira como a performance dos contrabaixistas brasileiros evoluiu na última década impressiona”, diz Maria Helena Salomão, professora do instrumento na Escola de Música e Belas Artes do Paraná e chefe do naipe de contrabaixos da Orquestra Sinfônica do Paraná.

“Levou muito tempo para o Brasil entrar no eixo”, afirma a contrabaixista, que dá aulas há dez anos e fez recentemente uma pesquisa sobre a formação de contrabaixistas no país. “É preciso lembrar que o Brasil era escravocrata até 1888, o que significa que o ensino de música só começou a se democratizar a partir da última década do século 19.”

Alexandre Ritter (à direita) e seu convidado de honra no IV Encontro Internacional de Contrabaixistas, o canadense Joel Quarrington. (foto: Rodrigo Soares Paim/ Instituto de Artes da UFRGS)

Como o violino e o violoncelo, o contrabaixo é composto por cordas que podem ser friccionadas por um arco ou dedilhadas. Mas sua exata origem ainda é tema de debate. As medidas não seguem as proporções do violino e do cello, e o contrabaixo é o único do naipe de cordas de uma orquestra a ter afinação diferente, o que sugere ser descendente de outro cordofone, a viola da gamba. Seu aparecimento remonta ao século 15 e foi criado originalmente para reforçar a melodia mais grave das polifonias, geralmente dobrando a melodia do violoncelo (uma oitava abaixo).

Formação de contrabaixistas

O primeiro curso de graduação em contrabaixo acústico no Brasil foi criado apenas em 1965, na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). De lá para cá, o país passou a contar com pelo menos 11 bacharelados com habilitação no instrumento, segundo dados preliminares do levantamento informal feito por Maria Helena Salomão. “Agora é que começa a haver mais oportunidades, mas ainda há um atraso muito grande do Brasil em relação a outros países”, diz a pesquisadora.

Salomão: “Agora é que começa a haver mais oportunidades, mas ainda há um atraso muito grande do Brasil em relação a outros países”

“Nossa realidade é outra”, concorda Alexandre Ritter, professor na UFRGS e coordenador do encontro realizado na universidade. “Nos Estados Unidos, as crianças começam a aprender música na escola”, exemplifica. “No Brasil, temos alunos que ingressam no bacharelado apenas com noções do instrumento”. Só há menos de dois anos entrou em vigor a lei 11.769, de 2008, que estabelece o ensino obrigatório de música no ciclo básico.

A melhora no acesso à formação de contrabaixistas no Brasil acompanha uma tendência mais ampla do instrumento. Desde a década de 1940, o contrabaixo acústico vem ganhando de forma significativa repertório para execução solo, deixando com mais frequência a responsabilidade, outrora única, de dar base rítmica e harmônica às composições.

Esse movimento acabou por levar a alterações na conformação física do instrumento. Nos contrabaixos modernos, o corte dos ombros desceu, permitindo ao músico alcançar notas agudas com mais facilidade. As cordas, mais finas e leves, também estão mais próximas do espelho [peça contra a qual as cordas são pressionadas durante a execução do instrumento]. Compositores consequentemente estão mais interessados em criar peças exclusivas para o instrumento. “É a era do contrabaixo”, define Ritter.

Master classes

Fatores como esses explicam a apresentação respeitável de um jovem de 15 anos em uma master class do encontro de contrabaixistas da UFRGS. Por causa do tamanho – aproximadamente 1,80 m de altura –, o contrabaixo acústico em geral só começa a ser praticado por pré-adolescentes, em média a partir dos 14 anos. No encontro de Porto Alegre, predominaram músicos da faixa dos 20 aos 30 anos.

Como o nome sugere, master class é uma aula especial, dada por um especialista. No evento da UFRGS, os alunos tinham 20 minutos para subir ao palco do auditório do Instituto de Artes e apresentar uma peça, a sua escolha. Diante dele, uma plateia composta apenas de contrabaixistas, e do professor – um grande nome do contrabaixo convidado para participar do evento.

Diferentes momentos de ‘master classes’ (aulas especiais ministradas por especialistas) durante o encontro internacional de contrabaixistas em Porto Alegre. (fotos: Rodrigo Soares Paim/ Instituto de Artes da UFRGS)

A pressão de tocar para um profissional renomado já valeria a experiência. Além disso, ao fim da audição, o músico ainda ouvia comentários sobre seu desempenho. Os ouvintes também tiravam proveito do debate.

O encontro atraiu cerca de 50 contrabaixistas, entre executantes e ouvintes, algo inédito para o evento, em sua quarta edição. “Mesmo grandes festivais de música reúnem em média 25 a 30 participantes”, diz Ritter. No repertório, concertos de Johann Sebastian Bach (1685-1750), Giovanni Bottesini (1821-1889) e Serge Koussevitzky (1874-1951), entre outros, além de excertos de peças para orquestra.

Ciência

Com caráter pedagógico, cultural e científico, o encontro de contrabaixistas foi organizado por Alexandre Ritter e Walter Schinke pela primeira vez em 1999 para homenagear o uruguaio Milton Romay Masciadri (1930-2009), que se aposentava dos quadros da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre após 30 anos de serviços prestados. Sem periodicidade fixa, o projeto teve outras edições em 2001 e 2011.

A parte científica do evento fica por conta das palestras e mesas-redondas em que os contrabaixistas convidados – todos com vínculos com universidades –, falam de suas linhas de pesquisa. Em uma das conferências deste ano, por exemplo, o norte-americano Greg Hamilton abordou a transição de músicos do violoncelo para o contrabaixo, movimento mais raro do que aparenta ser. Violoncelista e contrabaixista, Hamilton ressaltou a importância, para um músico, de não se prender a um único instrumento.

Quarrington: “Quando estreei o contrabaixo em quintas, foi a primeira vez que me senti afinado em uma orquestra”

Um dos pontos altos foi o debate com o canadense Joel Quarrington sobre a afinação do contrabaixo em quintas (dó, sol, ré, lá). Quarrington é um dos grandes defensores desse tipo de ajuste, similar ao do violino e do violoncelo. Nessa afinação, o limite de notas passa a ser maior em relação ao ajuste tradicional do instrumento, em quartas (mi, lá, ré, sol).

A principal diferença, entretanto, está no modo como a madeira reverbera. “Quando estreei o contrabaixo em quintas, foi a primeira vez que me senti afinado em uma orquestra”, disse Quarrington. Na prática, a migração de um ajuste para o outro é muito difícil. A nova afinação implica mudança de toda a digitação (feita com a mão esquerda no braço do contrabaixo). Em um vídeo disponível na internet, em inglês, o canadense explica as diferenças entre as afinações.

Fim

Na saída do recital de encerramento do IV Encontro Internacional de Contrabaixistas, na noite de 4 de maio, o público agradecia, emocionado, ao organizador do evento por ter trazido Quarrington ao Brasil. Durante a semana, no entanto, o próprio canadense fazia questão de minimizar toda a atenção que recebia. Preferia destacar a qualidade dos alunos brasileiros.

Célio Yano
Ciência Hoje On-line/ PR”

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